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INSTITUTO CONTA BRASIL - “Unir-se é um bom começo, manter a união é um progresso, e trabalhar em conjunto é a vitória.” Henry Ford

Teoria

 
Qual a importância da arte de contar histórias para crianças e para os contadores?
Este questionamento nos acompanha desde que começamos a pesquisa sobre os caminhos e descaminhos dessa arte milenar. Se a arte de contar histórias desaparecer ou for, definitivamente, substituída pela tecnologia, isso poderá afetar de alguma forma nossas futuras gerações? E quanto mais enfrentávamos públicos diversificados, mais a certeza de que deveríamos intensificar nosso trabalho, pois a carência desses públicos e nossa satisfação pessoal era tamanha que sempre queríamos mais e mais.
Mas por que?

Pra nós, contadores:


§ Descobrimos, com o passar do tempo, que contar histórias nos oferece a oportunidade de nos conhecer melhor e desenvolver nossas capacidades, aumentando nossa autoestima a medida que enfrentamos o público e nos preparamos para contá-las.

 

E para os ouvintes?

Faço nossas as palavras do grande pesquisador Bettelheim:

“Os contos de fadas atualizam ou reinterpretam, em suas variantes, questões universais  como a formação dos valores, misturando fantasia e realidade no clima do ERA UMA VEZ...’’
As ansiedades e eventuais problemas de angústia do cotidiano são supostamente bastante profundas, e é justamente no enriquecimento de seus recursos internos para enfrentá-las que as histórias infantis são um benefício.”
                         Então, vamos contar muitas histórias pra quem quiser ouvir? 

                       





ORALIDADE, GESTUALIDADE E MUSICALIDADE

Resgate histórico/cultural do contador


Nosso primeiro contato com um texto é feito, em geral, oralmente. É pela voz de alguém da família, em geral a mãe ou o pai, contando contos de fada, trechos da Bíblia, histórias onde a gente é o personagem principal, narrativas de quando eles eram crianças e as famosas histórias de assombração. Contadas durante o dia, numa tarde de chuva ou à noite, antes de dormir, são verdadeiras viagens onde o passaporte é uma voz amada... E podemos rir, sorrir, gargalhar, chorar, gritar e nos envolver com as situações vividas pelos personagens nesta linguagem que pode ser entendida por todos: a linguagem oral.
A narração oral serve de instrumento de cultura, socialização, aperfeiçoamento do caráter, informação, educação, recreação. Proporciona conforto e consolo em termos emocionais, trabalha a afetividade, respeito e amor ao próximo. Enfim, é um poderoso instrumento de trabalho nas mãos do educador infantil, basta que ele se proponha a facilitar este reencontro com essa literatura oral, ora tão esquecida em favor das facilidades tecnológicas. (É muito mais fácil e cômodo ligar o vídeo e colocar uma fita do que contar uma historia).
Colégio Salvador - Ed.Infantil
     Contar com o coração é o principal segredo da narrativa bem sucedida, além disso, há algumas considerações acerca das características do contador:
·         Personalidade
Deve ser alegre, criativo, observador, intuitivo, dedutivo, ter imaginação fértil, espontaneidade e acima de tudo ser simples.
·         Características
Deve possuir capacidade de sintetizar ou ampliar, de acordo com a faixa etária, a expectativa dos ouvintes. Observar o ambiente (reação dos ouvintes) para dar o fecho na história, domínio do assunto a que se refere. Impor silencio ao auditório ao iniciar a narrativa.
·         Requisito
Deve gostar de contar histórias, ter condição para tal, ter habilidade de envolver os ouvintes e emocionar-se com a própria narrativa, ter o hábito de ler e saber enriquecer (florear) fatos corriqueiros, saber expressar e viver a história narrada. A inspiração é fundamental. Dar vida aos personagens, caracterizando-os bem.
·          Criatividade
De uma poesia, de um fato ocorrido, da imaginação ou de uma observação pode-se criar uma história ou reinventar uma já conhecida. Saber mudar algum fato da história de acordo com a necessidade é também importante para o contador.
     Ao apresentar uma história a determinado público, o contador deve estar atento para algumas posturas importantes na narração. Eis algumas:
·         Narrar com naturalidade
Narrar com naturalidade significa fazê-lo sem afetação, com a segurança de quem estudou e conhece o texto, com sobriedade nos gestos e equilíbrio na expressão corporal, consciente de que não está num palco representando, sem se agitar e se movimentar demais para não distrair os ouvintes.
Contando João Jiló em Boquim - SE
·         Saber usar a voz
A voz é o mais importante dos instrumentos para um contador de histórias, porque é através dela que as emoções se transmitem. O narrador tem que exprimir-se numa voz definida, pois ele é aquele que diz , por isso precisa saber bem o que irá dizer. Precisa ter dúvidas, certezas, conhecimentos, estudo e talento no uso da voz. Talento de sedução. Se fazer ouvir não é tão fácil assim, ainda mais quando atendemos a um público sem idade. Estratégias como: sussurrar quando o personagem fala baixinho, levantar a voz quando acontece uma confusão no enredo, falar mansinho quando a situação é calma, adocicar a voz quando a situação envolver crianças, flores, seres delicados; tornando-se grave se o personagem é grande ou violento.
·         Possuir clareza
A clareza pressupõe uma boa dicção e o uso de uma linguagem correta. Cuidado com as concordâncias, plural e singular, erros gramaticais. Deve-se evitar os “tiques” ou cacoetes tão comuns: certo, então, aí, entenderam? né? sabe? etc.
·         Valer-se das pausas
É importante criar intervalos na narrativa, para que assim o ouvinte tenha tempo de fazer sua imaginação funcionar, construir o cenário na mente visualizar os rostos, as roupas, o ambiente... Tem que existir um ritmo na narrativa, os intervalos não devem dar espaço para o bocejo, e isso poderá acontecer se tivermos “tiques” repetindo os né, então, e daí. Como nos orienta a experiência de uma grande contadora de histórias, Cléo Busatto em seu livro Contar e Encantar:
Parar sim, porque o silêncio na narrativa é imprescindível, mas o silêncio tratado aqui não é um silêncio vazio, mas antes pleno de significados. Há algo sendo dito por trás deste calar e que pode ser lido nos olhos, no corpo inteiro do narrador. 8

·         Evitar descrições longas
As descrições literárias, além de interessarem apenas às crianças maiores, são para serem lidas e não narradas. As crianças gostam mais de ouvir as conversas, as ações, os acontecimentos. As repetições de frases e expressões são muito bem vindas pelas crianças, pudemos observar isso nas apresentações do grupo “Contadores de Histórias” quando eles já aguardavam a repetição do movimento da nuvem Marli: Pra lá, pra cá..., Pra lá, pra cá...
Abertura da feira de Sergipe - Orla
·         Saber começar e saber terminar
O cuidado em acomodar as crianças deve ser a primeira preocupação. A melhor arrumação é sentá-las em semicírculo, de modo que todas possam ver quem está narrando e o material que ele irá utilizar.Para acalmar a agitação natural das crianças podemos cantar uma musica acompanhada de gestos, palmas, ou outros movimentos. A prática irá mostrar o melhor modo de arrumar as crianças. Isso dependerá muito de cada lugar e de cada momento, como também da idade das crianças. A maneira que o narrador irá se portar é individual, sentar-se ou ficar de pé é opcional, mas ele não poderá se esquecer que ao ficar de pé ficará mais exposto. As palavras mágicas, segundo Fanny Abramovich ainda são “Era uma vez...”. Quanto ao final da história, é bom marcá-lo de forma especial, podendo ser utilizadas reflexões tradicionais como: “E foram felizes para sempre...”



Dança na hora da história

 


Na biblioteca Ivone de Meneses. Música: Voarás, de Paulinho Pedra Azul e Diana Pequeno



 
Dança na história COMO SURGIRAM OS VAGA-LUMES.



Colégio Santa Chiara- Educação Infantil

 MUSICALIDADE,

Uma excelente estratégia para a contação de histórias!



ERA UMA VEZ...
ERA UMA VEZ...
FECHE OS OLHINHOS PRO ERA UMA VEZ
VAMOS SONHAR, VAMOS CANTAR...TUDO É POSSÍVEL NO ERA UMA VEZ!!!
(Musica inicial)
musico:Zezinho Colares

Utilizamos o recurso da musica em nossas contações de historias. A musica encanta, agrada e serve a diversos propósitos como por exemplo fazer calar, chamar a atenção, fixar a mensagem que queremos passar, dinamizar, etc.
Pode ser utilizada também como teatro. 

Ex: A linda Rosa Juvenil (enquanto cantamos encenamos)


Todos querem ser reis....


  1. A linda Rosa juvenil, juvenil, juvenil
    A linda Rosa juvenil, juvenil.
  2. Vivia alegre no seu lar, no seu lar, no seu lar
    Vivia alegre no seu lar, no seu lar.
  3. Mas uma feiticeira má, muito má, muito má
    Mas uma feiticeira má, muito má.
  4. Adormeceu a Rosa assim, bem assim, bem assim
    Adormeceu a Rosa assim, bem assim
  5. Não há de acordar jamais, nunca mais, nunca mais
    Não há de acordar jamais, nunca mais.
  6. O tempo passou a correr, a correr, a correr
    O tempo passou a correr, a correr.
  7. E o mato cresceu ao redor, ao redor, ao redor
    E o mato cresceu ao redor, ao redor.
  8. Um dia veio um belo rei, belo rei, belo rei
    Um dia veio um belo rei, belo rei.
  9. Que despertou a Rosa assim, bem assim, bem assim
    Que despertou a Rosa assim, bem assim.
  10. (a última estrofe tem 3 versões diferentes:)
    E batam palmas para o rei, para o rei, para o rei
    E batam palmas para o rei, para o rei.
    ou
    Digamos ao rei muito bem, muito bem, muito bem
    Digamos ao rei muito bem, muito bem.
    ou
    E os dois puseram-se a dançar, a dançar, a dançar
    E os dois puseram-se a dançar, a dançar.

  11. UTILIZAMOS PARLENDAS EM FORMA DE MUSICA. EX:
    Sergipe de Todos
    E era o sapo dentro do saco, e o saco com o sapo dentro, e o sapo batendo papo, e o papo fazendo vento.