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INSTITUTO CONTA BRASIL - “Unir-se é um bom começo, manter a união é um progresso, e trabalhar em conjunto é a vitória.” Henry Ford

Baú de histórias

A menina sem palavra, de Mia Couto


A menina não palavreava. Nenhuma vogal lhe saía, seus lábios se ocupavam só em sons que não somavam dois nem quatro. Era uma língua só dela, um dialeto pessoal e intransmixível? Por muito que se aplicassem, os pais não conseguiam percepção da menina. Quando lembrava as palavras ela esquecia o pensamento. Quando construía o raciocínio perdia o idioma. Não é que fosse muda. Falava em língua que nem há nesta atual humanidade. Havia quem pensasse que ela cantasse. Que se diga, sua voz era bela de encantar. Mesmo sem entender nada as pessoas ficavam presas na entonação. E era tão tocante que havia sempre quem chorasse.
Seu pai muito lhe dedicava afeição e aflição. Uma noite lhe apertou as mãozinhas e implorou certo que falava sozinho:
— “Fala comigo, filha!”
Os olhos dele deslizaram. A menina beijou a lágrima. Gostoseou aquela água salgada e disse:
— “Mar”…
O pai espantou-se de boca e orelha. Ela falara? Deu um pulo e sacudiu os ombros da filha. “Vês, tu falas, ela fala, ela fala!” Gritava para que se ouvisse. “Disse mar, ela disse mar”, repetia o pai pelos aposentos. Acorreram os familiares e se debruçaram sobre ela. Mas mais nenhum som entendível se anunciou.
O pai não se conformou. Pensou e repensou e elabolou um plano. Levou a filha para onde havia mar e mar depois do mar. Se havia sido a única palavra que ela articulara em toda a sua vida seria, então, no mar que se descortinaria a razão da inabilidade.
A menina chegou àquela azulação e seu peito se definhou. Sentou-se na areia, joelhos interferindo na paisagem. E lágrimas interferindo nos joelhos. O mundo que ela pretendera infinito era, afinal, pequeno? Ali ficou simulando pedra, sem som nem tom. O pai pedia que ela voltasse, era preciso regressarem, o mar subia em ameaça.
— “Venha, minha filha!”
Mas a miúda estava tão imóvel que nem se dizia parada. Parecia a águia que nem sobe nem desce: simplesmente, se perde do chão. Toda a terra entra no olho da águia. E a retina da ave se converte no mais vasto céu. O pai se admirava, feito tonto: por que razão minha filha me faz recordar a águia?
— “Vamos filha! Caso senão as ondas nos vão engolir”.
O pai rodopiava em seu redor, se culpando do estado da menina. Dançou, cantou, pulou. Tudo para a distrair. Depois, decidiu as vias do facto: meteu mãos nas axilas dela e puxou-a. Mas peso tão toneloso jamais se viu. A miúda ganhara raiz, afloração de rocha?
Desistido e cansado, se sentou ao lado dela. Quem sabe cala, quem não sabe fica calado? O mar enchia a noite de silêncios, as ondas pareciam já se enrolar no peito assustado do homem. Foi quando lhe ocorreu: sua filha só podia ser salva por uma história! E logo ali lhe inventou uma, assim:
Era uma vez uma menina que pediu ao pai que fosse apanhar a lua para ela. O pai meteu-se num barco e remou para longe. Quando chegou à dobra do horizonte pôs-se em bicos de sonhos para alcançar as alturas. Segurou o astro com as duas mãos, com mil cuidados. O planeta era leve como um balão.
Quando ele puxou para arrancar aquele fruto do céu se escutou um rebentamundo. A lua se cintilhaçou em mil estrelinhações. O mar se encrispou, o barco se afundou, engolido num abismo. A praia se cobriu de prata, flocos de luar cobriram o areal. A menina se pôs a andar ao contrário de todas as direções, para lá e para além, recolhendo os pedaços lunares. Olhou o horizonte e chamou:
— “Pai!”
Então, se abriu uma fenda funda, a ferida de nascença da própria terra. Dos lábios dessa cicatriz se derramava sangue. A água sangrava? O sangue se aguava? E foi assim. Essa foi uma vez.
Chegado a este ponto, o pai perdeu voz e se calou. A história tinha perdido fio e meada dentro da sua cabeça. Ou seria o frio da água já cobrindo os pés dele, as pernas de sua filha? E ele, em desespero:
— “Agora, é que nunca”.
A menina, nesse repente, se ergueu e avançou por dentro das ondas. O pai a seguiu, temedroso. Viu a filha apontar o mar. Então ele vislumbrou, em toda extensão do oceano, uma fenda profunda. O pai se espantou com aquela inesperada fractura, espelho fantástico da história que ele acabara de inventar. Um medo fundo lhe estranhou as entranhas. Seria naquele abismo que eles ambos se escoariam?
— “Filha, venha para trás. Se atrase, filha, por favor”…
Ao invés de recuar a menina se adentrou mais no mar. Depois, parou e passou a mão pela água. A ferida líquida se fechou, instantânea. E o mar se refez, um. A menina voltou atrás, pegou na mão do pai e 0 conduziu de rumo a casa. No cimo, a lua se recompunha.
— “Viu, pai? Eu acabei a sua história!”
E os dois, iluaminados, se extinguiram no quarto de onde nunca haviam saído.

 

 

 

Chapeuzinho Vermelho 

Chapeuzinho Vermelho
Era uma vez uma menina chamada Chapeuzinho Vermelho, que tinha esse apelido pois desde pequenina gostava de usar chapéus e capas desta cor.
Um dia, sua mãe pediu:
- Querida, sua avó está doente, por isso preparei aqueles doces, biscoitos, pãezinhos e frutas que estão na cestinha. Você poderia levar à casa dela?
cestinha na mesa
- Claro, mamãe. A casa da vovó é bem pertinho!
- Mas, tome muito cuidado. Não converse com estranhos, não diga para onde vai, nem pare para nada. Vá pela estrada do rio, pois ouvi dizer que tem um lobo muito mau na estrada da floresta, devorando quem passa por lá.
- Está bem, mamãe, vou pela estrada do rio, e faço tudo direitinho!
E assim foi. Ou quase, pois a menina foi juntando flores no cesto para a vovó, e se distraiu com as borboletas, saindo do caminho do rio, sem perceber.
Cantando e juntando flores, Chapeuzinho Vermelho nem reparou como o lobo estava perto...
lobo escondido atr·s da ·rvore
Ela nunca tinha visto um lobo antes, menos ainda um lobo mau. Levou um susto quando ouviu:
- Onde vai, linda menina?
lobo rindo
- Vou à casa da vovó, que mora na primeira casa bem depois da curva do rio. E você, quem é?
O lobo respondeu:
- Sou um anjo da floresta, e estou aqui para preteger criancinhas como você.
- Ah! Que bom! Minha mãe disse para não conversar com estranhos, e também disse que tem um lobo mau andando por aqui.
- Que nada - respondeu o lobo - pode seguir tranqüila, que vou na frente retirando todo perigo que houver no caminho. Sempre ajuda conversar com o anjo da floresta.
- Muito obrigada, seu anjo. Assim, mamãe nem precisa saber que errei o caminho, sem querer.
E o lobo respondeu:
- Este será nosso segredo para sempre...
E saiu correndo na frente, rindo e pensando:
lobo correndo
(Aquela idiota não sabe de nada: vou jantar a vovozinha dela e ter a netinha de sobremesa ... Uhmmm! Que delícia!)
Chegando à casa da vovó, Chapeuzinho bateu na porta:
- Vovó, sou eu, Chapeuzinho Vermelho!
- Pode entrar, minha netinha. Puxe o trinco, que a porta abre.
A menina pensou que a avó estivesse muito doente mesmo, para nem se levantar e abrir a porta. E falando com aquela voz tão estranha...
lobo disfarçado de vovó
Chegou até a cama e viu que a vovó estava mesmo muito doente. Se não fosse a touquinha da vovó, os óculos da vovó, a colcha e a cama da vovó, ela pensaria que nem era a avó dela.
- Eu trouxe estas flores e os docinhos que a mamãe preparou. Quero que fique boa logo, vovó, e volte a ter sua voz de sempre.
- Obridada, minha netinha (disse o lobo, disfarçando a voz de trovão).
Chapeuzinho não se conteve de curiosidade, e perguntou:
- Vovó, a senhora está tão diferente: por que esses olhos tão grandes?
- É prá te olhar melhor, minha netinha.
- Mas, vovó, por que esse nariz tão grande?
- É prá te cheirar melhor, minha netinha.
- Mas, vovó, por que essas mãos tão grandes?
- São para te acariciar melhor, minha netinha.
(A essa altura, o lobo já estava achando a brincadeira sem graça, querendo comer logo sua sobremesa. Aquela menina não parava de perguntar...)
- Mas, vovó, por que essa boca tão grande?
- Quer mesmo saber? É prá te comer!!!!
lobo comilão
- Uai! Socorro! É o lobo!
A menina saiu correndo e gritando, com o lobo correndo bem atrás dela, pertinho, quase conseguindo pegar.
Por sorte, um grupo de caçadores ia passando por ali bem na hora, e seus gritos chamaram sua atenção.
Ouviu-se um tiro, e o lobo caiu no chão, a um palmo da menina.
Todos já iam comemorar, quando Chapeuzinho falou:
- Acho que o lobo devorou minha avozinha.
caçador- Não se desespere, pequenina. Alguns lobos desta espécie engolem seu jantar inteirinho, sem ao menos mastigar. Acho que estou vendo movimento em sua barriga, vamos ver...
Com um enorme facão, o caçador abriu a barriga do lobo de cima abaixo, e de lá tirou a vovó inteirinha, vivinha.
- Viva! Vovó!
E todos comemoraram a liberdade conquistada, até mesmo a vovó, que já não se lembrava mais de estar doente, caiu na farra.
vovó de skateChapeuzinho dançando
"O lobo mau já morreu. Agora tudo tem festa: posso caçar borboletas, posso brincar na floresta."
FIM

 

 

CONTANDO "O FILHO PRÓDIGO"

 

CONTANDO "OS TRÊS PORQUINHOS"

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Lenda do tambor africano


Dizem na Guiné que a primeira viagem à Lua foi feita pelo Macaquinho de nariz branco. Segundo dizem, certo dia, os macaquinhos de nariz branco resolveram fazer uma viagem à Lua a fim de trazê-la para a Terra. Após tanto tentar subir, sem nenhum sucesso, um deles, dizem que o menor, teve a ideia de subirem uns por cima dos outros, até que um deles conseguiu chegar à Lua. Porém, a pilha de macacos desmoronou e todos caíram, menos o menor, que ficou pendurado na Lua. Esta lhe deu a mão e o ajudou a subir. A Lua gostou tanto dele que lhe ofereceu, como regalo, um tamborinho. O macaquinho foi ficando por lá, até que começou a sentir saudades de casa e resolveu pedir à Lua que o deixasse voltar. A lua o amarrou ao tamborinho para descê-lo pela corda, pedindo a ele que não tocasse antes de chegar à Terra e, assim que chegasse, tocasse bem forte para que ela cortasse o fio. O Macaquinho foi descendo feliz da vida, mas na metade do caminho, não resistiu e tocou o tamborinho. Ao ouvir o som do tambor a Lua pensou que o Macaquinho houvesse chegado à Terra e cortou a corda. O Macaquinho caiu e, antes de morrer, ainda pode dizer a uma moça que o encontrou, que aquilo que ele tinha era um tamborinho, que deveria ser entregue aos homens do seu país. A moça foi logo contar a todos sobre o ocorrido. Vieram pessoas de todo o país e, naquela terra africana, ouviam-se os primeiros sons de tambor.
Lenda da Guiné-Bissau


FLORES PARA UM MUNDO MELHOR


A FLOR DA HONESTIDADE (Uma versão)
Conta-se que por volta do ano 250 A.C., na China antiga, um príncipe da região norte do país estava às vésperas de ser coroado imperador mas, de acordo com a lei, ele deveria se casar.
Sabendo disso, ele resolveu fazer uma "disputa" entre as moças da corte ou quem quer que se achasse digna de ser sua esposa. No dia seguinte, o príncipe anunciou que receberia, numa celebração especial, todas as pretendentes e lançaria um desafio.
Uma velha senhora, serva do palácio há muitos anos, ouvindo os comentários sobre os preparativos, sentiu uma leve tristeza, pois sabia que sua jovem filha nutria um sentimento de profundo amor pelo príncipe.
Ao chegar em casa contou à jovem e desesperou-se ao ver que ela pretendia ir à celebração, indagando preocupada:
_ Minha filha, o que você fará lá ? Estarão presentes todas as mais belas e ricas moças da corte. Tire esta idéia insensata da cabeça, eu sei que você deve estar sofrendo, mas não torne esse sofrimento uma loucura.
E a filha respondeu:
_ Não, querida mãe, não estou sofrendo e muito menos louca. Eu sei que jamais poderei ser a escolhida, mas é minha oportunidade de ficar pelo menos alguns momentos perto do príncipe, e isto já me torna feliz.
Na hora marcada, a jovem chegou ao palácio. Lá estavam, de fato, todas as mais belas moças, com as mais belas roupas, com as mais belas jóias e com as mais determinadas intenções.
Em determinado momento, o príncipe anunciou o desafio:
_ Darei a cada uma de vocês, uma semente. Aquela que, dentro de seis meses, me trouxer a mais bela flor, será escolhida minha esposa e futura imperatriz da China.
A proposta do príncipe não fugiu às profundas tradições daquele povo, que valorizava muito a especialidade de "cultivar" algo.
O tempo passou e a doce jovem, como não tinha muita habilidade nas artes da jardinagem, cuidava com muita paciência e ternura a sua semente, pois sabia que se a beleza da flor surgisse na mesma extensão de seu amor, ela não precisava se preocupar com o resultado. Mas passaram-se três meses e nada surgiu.
A jovem tudo tentara, usara de todos os métodos que conhecia, mas nada havia nascido, Dia após dia. Por fim, os seis meses haviam passado e nada havia brotado.
Consciente do seu esforço e dedicação a moça comunicou a sua mãe que, independente das circunstâncias retornaria ao palácio, no prazo combinado, pois não pretendia nada além de mais alguns momentos na companhia do príncipe.
Na data e hora marcada, lá se apresentou, com seu vaso vazio, bem como todas as outras pretendentes, cada uma com uma flor mais bela do que a outra, das mais variadas cores e formas. A jovem ficou admirada, nunca havia presenciado tão bela cena.
Finalmente, chegou o momento esperado e o príncipe passou a observar a flor trazida por cada uma das pretendentes, com muito cuidado e atenção. Após analisar todas elas, ele anunciou um resultado surpreendente, indicando a bela mas humilde jovem, do vaso vazio, como sua futura esposa.
O público presente, perplexo, quis saber o motivo, afinal, o desafio previa que se casaria com a moça que lhe trouxesse a mais bela flor e ele escolhera, justamente, a que não cultivara flor alguma.
Então, calmamente, o príncipe esclareceu:
_ Esta jovem foi a única que cultivou a flor que a tornou digna de se tornar uma imperatriz: A Flor da Honestidade, pois todas as sementes que entreguei eram estéreis.
A Honestidade é como uma flor, tecida em fios de luz, que ilumina quem a cultiva e espalha claridade ao redor. Independente de tudo e de todas as situações que nos rodeiam, que possamos espalhar essa luz àqueles que nos cercam..
Se para vencer, estiver em jogo a sua honestidade, PERCA!!!Você será sempre um vencedor !!!

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       UMA LEITURA DE IMAGENS QUE CONTAM HISTÓRIA. A CRUZ
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MACAQUINHO (Musica: Bia Bedran)



MACAQUINHO (Musica: Bia Bedran)
Toda a noite o macaquinho passava pra cama do pai e ficava mexendo, e pulando, e dando
chute, e não deixava o pai dormir.
Canto: Macaquinho, sai daí (bis)
Você tem sua cama pra se deitar
Papai quer dormir
Por que você não volta pra lá?
Macaquinho – Por que eu tô com frio.
O pai macaco cobriu o macaquinho com lençol, mas depois de um tempo lá estava o
macaquinho de novo na cama do pai.
Canto: Macaquinho, sai daí (bis)
Você tem sua cama pra se deitar
Papai quer dormir
Por que você não volta pra lá?
Macaquinho – Por que eu tô com fome.
O pai macaco deu mamadeira pro macaquinho, mas não adiantou. Depois de um tempo, já tava
de novo na cama do pai.
Canto: Macaquinho, sai daí (bis)
Você tem sua cama pra se deitar
Papai quer dormir
Por que você não volta pra lá?
Macaquinho – Tô com vontade de fazer xixi.
Cada dia o macaquinho dava uma desculpa: medo, cama apertada... até que um dia ele falou a
verdade.
Macaquinho – Eu quero ficar na sua cama porque fico com saudades de você.
Aí o pai macaco entendeu. E começou a brincar com o macaquinho todas as vezes que chegava do
trabalho, ao invés de só ver televisão. O macaquinho ficou todo feliz e nunca mais passou pra cama do
pai. E nunca mais o pai macaco precisou cantar:
Canto: Macaquinho, sai daí (bis)
Você tem sua cama pra se deitar
Papai quer dormir
Por que você não volta pra lá?

Obs: Esse conto pode ser representado por teatro, fantoches, cartazes. De qualquer maneira é sempre emocionante para os pais e filhos.







   








CONTAÇÃO DE HISTORIAS COM MUSICA, OTIMA PARA O MES JUNINO!


ERA UMA VEZ UMA BONECA DE TEATRO. UMA BONECA DE TEATRO DE MAMULENGO.ELA SE APAIXONOU PELO SEU COLEGA DE TRABALHO, MAS ELE NÃO SE APAIXONOU POR ELA.




Flor do Mamulengo

Eu sou a flor do mamulengo
Me apaixonei por um boneco
E ele "neco" de se apaixonar
"Neco" de se apaixonar (Bis)
E ele "neco"
Já estou com os nervos a flor do pano
De desengano vou ter um treco
E ele "neco" de se apaixonar"
Neco" de se apaixonar (Bis)
E ele "neco"(Refrão)
Se no teatro eu não te atar
Boneco eu juro vou me esfarrapar
Eu não consigo viver sem teu dengo, meu mamulengo (Bis)
E ele "neco" de se apaixonar
"Neco" de se apaixonar (Bis)
E ele "neco"

AS HISTORIAS SÃO ASSIM, COMO NA VIDA...

E ele "neco" de se apaixonar
"Neco" de se apaixonar (Bis)
                                                                                    E ele "neco"






A HISTORIA DA MENINA SARA






SARA E O HOMEM BOM
Era uma vez uma menina que se chamava Sara. Um dia, brincando com seus amigos um deles falou:
_ Chegou um homem aqui na cidade que dizem que é muito bom. Ele conta histórias e todos que o conhecem ficam muito felizes. Vamos lá para conhecê-lo também?
_ Vou pedir ao meu pai - disse Sara - Se ele deixar eu vou.
O pai de Sara alegou que já era muito tarde, que eles poderiam ir no outro dia bem cedo, assim que acordassem.
Sara foi dormir logo, para o dia amanhecer e ela poder ir conhecer o contador de historias que estava na cidade. Os pais de Sara também foram dormir, mas, no meio da noite, o pai acordou com um barulho estranho vindo do quarto de Sara. Ele se aproximou bem devagarzinho e escutou: “Tum, tum...Tum, tum...”. Descobriu admirado que o barulho era feito por sua filha que sonhava. Acordou a filha. Ela disse:
_ Papai, porque o senhor me acordou? Eu estava sonhando com o homem bom que vou conhecer. Quando eu o abraçava, escutava seu coração fazer “Tum, tum...Tum, tum...”.
O pai se tranqüilizou e deixou que Sara voltasse a dormir. Quando ia saindo do quarto, voltou a escutar o “Tum, tum...Tum, tum...”. Era Sara que já dormia e sonhava novamente.
Quando o dia amanheceu os amigos de Sara chegaram para buscá-la. Ela ainda dormia e continuava sonhando e fazendo Tum, tum...Tum, tum...”. Eles gritaram por ela:
_ Sara (gritar). Mas a menina não acordava. (gritar novamente). _ Sara...(pedir para a platéia ajudar a acordar Sara gritando). - Saaaraaaaaaaaaa!!!!!
Sara acorda e se arruma rapidamente. Ela e os amigos saem correndo para a cidade. (imitar o som dos passos batendo as mãos nas pernas). Avistam um homem sentado embaixo de uma árvore. Parece que descansava. Eles tiveram certeza que aquele era o homem de quem todos falavam. E Ele era lindo! As crianças se aproximaram, mas de repente surge um outro homem na frente deles e diz, muito bravo:
_ O que vocês querem com Jesus? Não vê que o Mestre está descansando? Além disso, crianças são muito barulhentas e Jesus precisa descansar para mais tarde falar para a multidão. Podem ir embora. Chô...
Aquele homem parecia muito bravo, ele era o apóstolo Pedro, amigo de Jesus. Queria defendê-lo, por isso expulsava as crianças barulhentas. Sara e seus amigos ficaram com medo de Pedro e foram se esconder nas moitas de capim que havia nos arredores. Mas Jesus ouviu o barulho feito por seu amigo Pedro e quis saber o que houve. Pedro explicou:
_ Sabe o que é, Mestre? Algumas crianças barulhentas queriam perturbar o seu descanso, mas eu já cuidei de tudo e elas foram embora.
Jesus olhou admirado para Pedro e falou calmamente:
_ Pedro, o Reino dos Céus pertence a estas crianças. Quem conseguir ser como elas também entrará no Reino dos Céus. Portanto, Pedro "Deixai vir a mim as criancinhas, não as impeçais., pois delas é o Reino dos Céus". Vá buscá-las, por favor.
O apóstolo Pedro se viu apertado, começou a procurar as crianças e a chamar por elas. (chamar). Mas só quando disse que era Jesus que as chamava para abraçá-las é que elas saíram do esconderijo e se aproximaram de Jesus. Jesus abraçava uma por uma. Sara estava ansiosa para ver se seria como no sonho, queria escutar o coração de Jesus. Quando chegou a sua vez, ela se agarrou a Jesus e colou o ouvido no peito do Mestre de Nazaré. Seus olhos se arregalaram ao ouvir seu coração. Voltou a se abraçar ao Mestre Jesus para ter certeza do que ouvia e escutou as batidas inconfundíveis do coração do Nazareno:
_ Te amo... Te amo... Te amo...
Depois que conheceu Jesus, Sara nunca mais o abandonou, pois tinha a certeza de ser amada. Ela escutou o coração Daquele Homem bom e o seguiu para sempre...

Deus tem um trabalho pra nós....Somos únicos!

NUVEM MARLI
Era uma vez uma nuvem que não gostava de ser nuvem. Vivia pelo céu tocada pelo vento, pra lá... pra cá ... pra lá...pra cá...( fazer o movimento da nuvem com o corpo, como se estivesse sendo tocada pelo vento). A nuvem se chamava Marli e vivia reclamando e cantando assim:
Sou nuvem ligeira
No céu passeando
De tanto ser nuvem
Já tô enjoando (bis)
A nuvenzinha Marli cantava pelo céu, muito zangada porque era uma nuvem e queria ser outra coisa. Um dia ela viu passando um bonito avião e disse: - Já sei, eu quero ser um avião. Começou a se espichar pra todos os lados. (Espichar braços, pernas e convidar os alunos para fazer o mesmo). Depois de muita luta, Marli conseguiu se transformar em um avião. Ficou no céu, pra lá... pra cá ... pra lá...pra cá...( fazer o movimento da nuvem com o corpo). Marli não era um avião, não voava como um avião, não tinha piloto, não roncava como o avião. Desiludida, ela voltou a cantar assim:
Sou nuvem ligeira
No céu passeando
De tanto ser nuvem
Já tô enjoando (bis)
Foi quando ela viu um lindo passarinho voando ao seu redor e decidiu: - Eu agora quero ser um passarinho. E novamente começou se espichar pra todos os lados. (Espichar braços, pernas e convidar os alunos para fazer o mesmo). Depois de muita luta, Marli conseguiu se transformar em um passarinho que ficava pelo céu pra lá... pra cá ... pra lá...pra cá...( fazer o movimento). Passarinho canta e Marli não conseguia cantar, passarinho voa rápido e ela só ficava pra lá... pra cá... Que chato! Dizia Marli muito zangada, eu não quero ser nuvem. Cantava:
Sou nuvem ligeira
No céu passeando
De tanto ser nuvem
Já tô enjoando (bis)
Muito zangada com sua vida de nuvem, Marli viu um brilhante foguete rasgando os céus. Que maravilha! – Disse Marli. Eu quero é ser foguete! E recomeçou os seus movimentos (Espichar braços, pernas e convidar os alunos para fazer o mesmo). Depois de muita luta, Marli conseguiu se transformar em um foguete que ficava pelo céu pra lá... pra cá ... pra lá...pra cá...( fazer o movimento). Foguete solta fogo, Marli não conseguia soltar, e além disso cadê o piloto? Ela só ficava no céu pra lá... pra cá... Que chato! Dizia Marli muito triste, eu não quero ser nuvem e não consigo ser outra coisa.
Sua tristeza foi tão grande que começou a chorar (imitar Marli chorando e cantando). Chorou tanto que o lugar que ela estava começou a ficar bem verdinho, nasceu flores, folhinhas e uma relva muito linda! A nuvem Marli olhou aquela transformação admirada, e se perguntou: - Será que foi a minha chuva que fez isso? Para ter certeza, foi chorar em cima de uma árvore que estava muito feia e seca. Chorou durante algum tempo e eis que a árvore se transformou em um lindo pé com frutos, flores, folhas verdes.
Marli descobriu que podia ser útil, que ser nuvem tinha suas vantagens e que se não fosse ela, as plantas morreriam. Descobriu que Deus tinha um trabalho pra ela e que ela era especial e unica. A partir de então ela ficou muito feliz bailando no céu pra lá... pra cá ... pra lá...pra cá...
FIM

FIM
MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA- Ana Maria Machado
Era uma vez uma menina linda, linda.Os olhos pareciam duas azeitonas pretas brilhantes, os cabelos enroladinhos e bem negros.Apele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera negra na chuva.Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laços de fita coloridas. Ela ficava parecendo uma princesa das terras da áfrica, ou uma fada do Reino do Luar.E, havia um coelho bem branquinho, com olhos vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando. O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto na vida.E pensava:- Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela...Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou:- Menina bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?A menina não sabia, mas inventou:­- Ah deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina...O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e tomou banho nela. Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e lavou todo aquele pretume, ele ficou branco outra vez.Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:- Menina bonita do laço de fita, qual é o seu segredo para ser tão pretinha?A menina não sabia, mas inventou:- Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina.O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi. Mas não ficou nada preto.- Menina bonita do laço de fita, qual o teu segredo para ser tão pretinha?A menina não sabia, mas inventou:­- Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba quando era pequenina.O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba até ficar pesadão, sem conseguir sair do lugar. O máximo que conseguiu foi fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não ficou nada preto.Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:- Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?A menina não sabia e... Já ia inventando outra coisa, uma história de feijoada, quando a mãe dela que era uma mulata linda e risonha, resolveu se meter e disse:- Artes de uma avó preta que ela tinha...Aí o coelho, que era bobinho, mas nem tanto, viu que a mãe da menina devia estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos.E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que nem a menina, tinha era que procurar uma coelha preta para casar.Não precisou procurar muito. Logo encontrou uma coelhinha escura como a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de filhotes, que coelho quando desanda a ter filhote não para mais! Tinha coelhos de todas as cores: branco, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma coelha bem pretinha. Já se sabe, afilhada da tal menina bonita que morava na casa ao lado.E quando a coelhinha saía de laço colorido no pescoço sempre encontrava alguém que perguntava:- Coelha bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?E ela respondia:
- Conselhos da mãe da minha madrinha... 






João Jiló        

Há muito tempo, numa fazenda não muito longe daqui, morava um menino chamado João Jiló. Ele era muito levado, malcriado e teimoso. Gostava de fazer maldades com os animais, um dia, na sexta-feira santa ele acordou e disse à sua mãe:

-  Mãe, hoje eu acordei com uma vontade grande de caçar passarinho, eu vou sair e só volto quando conseguir pegar um bem bonito, gordinho e que dê para fazer um ensopado bem gostoso, viu?

A mãe de João Jiló lhe pediu:                      

- Mas, meu filho, eu já cansei de lhe falar que não se deve caçar passarinho! Olhe, a natureza é muito boa, mas, quando nós a maltratamos, ela nos castiga. Ainda mais na sexta-feira santa! Cuidado, João. Fique aqui. Deixe de ser teimoso!

Mas João já estava resolvido. Pegou seu bodoque e saiu caladinho. Quando chegou a floresta, logo ele viu um passarinho estranho. Muito diferente mesmo. Um pouco maior que os outros passarinhos e todo colorido. João pensou alto:

"Que sorte eu tenho!"

E pegou uma pedra, colocou no bodoque, mirou bem o passarinho. Quando ele ia atirar, o passarinho cantou:

 - Atira devagar João Jiló, que esse passo doi, doi, doi, doi!

Mas não adiantou, João Jiló atirou e acertou a cabecinha do passarinho, que caiu no chão com as perninhas pra cima.

Então, ele pegou o passarinho, colocou dentro da sacolinha e foi para casa. Quando chegou em casa, foi direto para cozinha. Começou a depenar o passarinho, quando ele cantou:

 - Depena  devagar João Jiló, que esse passo doi, doi, doi, doi!

E adiantou? Não. Aí que João Jiló tirou mesmo as peninhas do passarinho. Quando o passarinho ficou todo peladinho, João Jiló acendeu o fogo e já ia sapecá-lo, mas ele começou a cantar:
 - Sapeca devagar João Jiló, que esse passo doi, doi, doi, doi!

João Jiló nem ligou! Sapecou o passarinho no fogo. Depois, levou o coitadinho para a pia, pegou uma faca enorme para partir o passarinho, mas ele cantou:

 - Parta devagar João Jiló, que esse passo doi, doi, doi, doi!

Ele partiu o passarinho assim mesmo e o lavou bem lavadinho. Quando ele ia temperar o bichinho, ele cantou:


 - Tempera devagar João Jiló, que esse passo doi, doi, doi, doi!

Depois, João Jiló, pegou uma panela, colocou óleo, pós para esquentar, mas, quando ia fritar o passarinho, ele cantou:


 - Esquenta devagar João Jiló, que esse passo doi, doi, doi, doi!

Ele fritou o passarinho. Pegou um prato, e, quando ia comê-lo, o passarinho cantou:

 - Frita devagar João Jiló, que esse passo doi, doi, doi, doi!
Ele comeu o passarinho todinho de repente, a barriga de João Jiló começou a inchar... A inchar... E ele ouviu uma voz vinda lá de dentro:


-  Eu quero sair daqui, João Jiló.

E João Jiló respondeu:
- Então, saia pelo nariz!

E o passarinho:
-  No nariz te meleca.

E João Jiló
   -  Então, saia pelo ouvido.

E o passarinho:

- No ouvido tem muita cera.

E João Jiló:

- Então saia pela boca.
E o passarinho:

-  Na boca tem saliva.

E a barriga de João Jiló foi inchando, foi inchando, foi inchando e... Bum! Abriu o umbigo e o passarinho saiu!

O passarinho saiu voando contente e cantando:

-  Eu sobrevivi, João Jiló!
Eu vim pra cantar, João Jiló!
Sou bichinho do mato, João Jiló!
Para piar!


Conto tradicional brasileiro.